Antônio Chaves de Santana
Celebrando a solenidade de CORPUS CHRISTI, a Igreja faz festa ao corpo. É bom que se diga, no corpo estão todas as regras, todas as normas e todos os valores de uma sociedade. A história do corpo é a história da civilização. Cada sociedade, cada cultura age sobre o corpo, determinando-o. No entanto, perguntamo-nos: “O que é ser corpo”? e “O que é ser Corpo de Cristo”? Com certeza, não se trata de duas realidades dicotômicas, que não se ajustam, não se integram nem se identificam. Somos todos “corpo”, somos todos “Igreja”, “CORPUS CHRISTI”, Corpo e Sangue do Senhor.
A liturgia de “CORPUS CHRISTI” nos faz compreender melhor a admiração e a glorificação à qual o corpo é chamado em um constante devir. O corpo é a morada do ser, o espaço da visibilidade humana, o lugar de nossa história, da linguagem, da explosão de sentimentos, de emoção e de vida. O corpo não é coisa, não é para ser objetificado, pois ele é a essência de nosso ser. Portanto, somos um corpo vivo, com linguagem, desejo, emoção e história.
Nesta perspectiva, a festa do Corpo eucarístico de Jesus é tanto do nosso corpo como do “Corpo de Cristo”, que se encarna no corpo pascal de nossa sociedade. Esta também experimenta, como Jesus, a paixão, a morte e a ressurreição. Por isso, ao celebrarmos “CORPUS CHRISTI”, somos confortados e responsabilizados a promover a “Cultura da Eucaristia”, cultura essa da comunhão, da solidariedade e da partilha.