Espiritualidade em Movimento (SOR): Mês de Maio

                                                                                                                        Antônio Chaves de Santana

O mês de maio, além de lembrar o mês dos meses, das flores, das noivas e das mães, nos põe em proximidade a Maria, a mãe de Jesus, a profetiza de Nazaré. Peculiarmente, é um mês devocional e de louvor para os cristãos, pois Maria ocupa um lugar de destaque no imaginário do povo católico-cristão. Nesta época, mais do que as outras, santuários de todo o país são visitados em honra da tão humana virgem Maria. Para este povo devoto, Ela ocupa, depois de Cristo, o lugar mais elevado e também o mais próximo de nós.

O Brasil, país de raiz culturalmente católica, guarda a devoção mariana desde os primórdios de nossa primeira evangelização como elemento constitutivo e fundamental de nosso pertencimento ao Povo de Deus. Na nova evangelização, a veneramos como estrela, estandarte e modelo da Igreja. As CEBS, por seu engajamento na Proposta do Reino, a identifica com as lutas cotidianas do povo, como aquela mulher “em saída” que corria as planícies e subia as montanhas para servir.

Maria, mãe de Jesus, é aquela mulher intercessora a quem o povo sofrido recorre nas horas difíceis e vexames da vida. Ela é sem igual, participa intimamente de nossa condição humana e finita. Hoje, a jovem mulher de Nazaré é instância à qual recorrem aqueles que, na história, estão sofrendo e penando por qualquer tipo de obstáculo ou dificuldade.  A ela, o povo devoto recorre com confiança e fé. Venerada sob os mais diversos títulos como padroeira do Brasil, ela é mãe negra de um povo que continua escravo desde o berço até nossos dias, culturalmente incarnada na nossa história, em nossas lutas, em reivindicações que gritam a Maria para que venha ao nosso encontro e socorra-nos.

Maria é um porto seguro. É figura símbolo do povo que crê, a mulher feliz, a mais bem-aventurada entre todas as mulheres. No Antigo Testamento, ela é profeticamente esboçada como a mulher que vence a serpente, a mãe do Emanuel, a judia pobre de Nazaré, a Filha de Sião, a cantora da liberdade que, no Magnificat, proclamou os Direitos humanos dos mais pobres.

Maria não é nem deusa, nem divina, apenas humana, plenamente humana como nós. Viveu um tempo histórico e foi a mãe judia do homem Jesus de Nazaré. É central a afirmação teológica de que Maria é viva na história e é hoje alguém que vive em Deus.

O Servo de Deus, Júlio Maria De Lombaerde, era devoto fervoroso de Maria. Fundou a Congregação das FCIM, cujo carisma se traduz no “ser coração de Maria na Compaixão/Misericórdia”. As cordimarianas, virtuosamente, se alimentam da espiritualidade eucarístico-mariana como motor que as move pelos caminhos da história.

E nós trilhamos essa mesma espiritualidade como horizonte de sentido, a fim de que, iluminados pelo dinamismo marial dessa mulher forte e corajosa, que venceu os grandes desafios de sua época, possamos revigorar nossas práticas pedagógicas, tendo como inspiração maior a educadora, a “Senhora de todas as Graças”, aquela que no silêncio de seu “Sim” nos acolhe, nos abraça, nos inspira todos os dias a sermos melhores educadores e educandos, ótimos cidadãos e fervorosos cristãos, seguidores do Reino anunciado por seu Filho Jesus.

Nossa Senhora das Graças, rogai por nós e por nosso Brasil!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Abrir bate-papo
Olá, como podemos ajudá-lo?