Antônio Chaves de Santana
Como bem sabemos, a alegria é uma necessidade vital do ser humano, e o Deus dos cristãos, conforme reza o salmista, é o Deus da alegria. O carnaval é fundamentalmente o tempo em que se exibe, na consciência social, o caráter lúdico do ser humano.
O “Brasil é o país tropical, onde fevereiro tem carnaval”, canta Simonal. Mas, lamentavelmente a mídia e as empresas mercadológicas roubaram a festa do povo em toda a sua riqueza cultural. Mudaram-na para o espetáculo turístico em que se explora o erotismo, o apelo sexual, e fere-se a dignidade do corpo como templo do Espírito Santo.
Do Brasil colônia até nossos dias, vivemos tempos de vacas gordas e de vacas magras, porém nada impede que ele aconteça. É o tempo do faz tudo, lamentavelmente. Porém, chegando a Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma, todos voltam à vida real, amargando penosas desilusões e arrependimentos.
É bom lembrar que o comportamento moral cristão segue, antes, a consciência, marcada pela liberdade e fidelidade que brotam da Fé em Jesus Cristo. Fé e Consciência são inseparáveis, pois tudo que não procede da fé é pecado. O apóstolo Paulo já lembrava aos romanos: “O salário do pecado é a morte” (Rm 14,23).
Portanto, queremos aproveitar este momento reflexivo para lembrar aos nossos queridos jovens que a alegria cristã é autêntica, simples e espontânea, enquanto a carnavalesca é, em geral, uma cortina de fumaça que esconde o vazio do espírito, o desencanto consigo mesmo e as frustrações da vida.
Faça desse tempo de reinado de Momo, um tempo para cultivar a alegria, para estar de bem consigo, respeitando o solo sagrado do Outro.
Feliz Carnaval.