2019-03-05 – Espiritualidade em Movimento (SOR) – Campanha da Fraternidade – 2019 – Lançamento

Antônio Chaves de Santana

Todos os anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho da conversão quaresmal, qual implica uma mudança pessoal, comunitária e social. Os tempos são de mudança, propícios para se viver uma espiritualidade de conversão e de transformação.

É nesse contexto que a Igreja propõe uma Campanha da Fraternidade com tema e lema impactantes para toda a sociedade brasileira: “Fraternidade e Políticas Públicas” e o “Serás liberto pelo direito e pela justiça(Is 1,27). É mais um grito da CF em favor dos pobres. As políticas públicas não devem estar a serviço dos mais privilegiados e sim dos mais carentes e necessitados de nossa sociedade.

As políticas públicas devem estar a serviço da sociedade e do bem comum. São os irmãos nossos mais carentes que precisam de políticas públicas de educação, de saúde, que promovam trabalho e vida digna para todos. Essas não são metas de governo, mas de Estado. Todos os governos, sejam eles de esquerda ou de direita, terão que promover políticas públicas em prol da população brasileira, sobretudo a mais carente.

Não nos admiremos quando em frente a uma nova Campanha da Fraternidade, o discurso não envelhece, nem caduca, ele é sempre novo. É um discurso inusitado para todos os tempos, pois sem a fraternidade, o mundo caminha para a morte e para a destruição.

A fraternidade é a única alternativa para sociedade. Vivemos hoje tempos de intolerância, de fobias, de discursos que disseminam ódio, violência, desrespeitando o que se tem de mais sagrado: a vida homem e do planeta.

O discurso da Fraternidade é mais que oportuno nesta hora grave do mundo e do País. Lamentavelmente, o mundo caminha na direção do individualismo egoísta, narcisista, esqueceu a velha metáfora bíblica: Onde está o teu irmão? Caim sabia e nós hoje sabemos onde está o nosso irmão. Como está o nosso irmão na sala de aula, nas galerias da escola, nas nossas famílias e no bairro onde moramos?

O discurso da fraternidade vem numa hora angustiante da vida brasileira, em que se contrapõe a Lei de Talião, “dente por dente e olho por olho”, que parece estar de volta. O Jovem Jesus de Nazaré contrariou esse velho discurso que impregnava a alma legalista da monarquia imperialista religiosa dos escribas e fariseus, ao proferir em um de seus belos discursos: “Eu vos digo não amais só os vossos amigos, mas até os vossos inimigos”. E quando Pedro desembainhou a espada e feriu a orelha de Marco, um dos funcionários da corte, disse Jesus: “Guarda a tua espada! Acaso não haverei de beber o cálice que o Pai me deu?”

O Cristão e a violência são duas realidades contrapostas e a ação de Pedro nunca pode ser justificada, mesmo se fosse para salvar a vida do seu Mestre. É bom pensar como Jesus pensou!

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